“Somos iguais em nossas diferenças
E diferentes em nossa igualdade
Somos nossas próprias interferências
Questionando o próprio universo, em
busca de verdades
Dizem que os fins justificam os meios
Quando na verdade, são os meios que justificam
os fins
Mas, vai entender, cada um enxerga
exatamente aquilo que quer ver
Dizem que o mundo é injusto, mas se
esquecem que não estamos no paraíso
Todos reclamam do caos, dizem até que
aqui é o inferno
Coitados, mal sabem eles, que tudo
aqui é um sonho, com uma leve mistura de pesadelo
Ninguém é nada, ninguém é tudo
Aqui nesse jardim, todos são frutos
No fundo, ninguém é pobre e ninguém é
rico
São apenas almas confusas, tentando
achar a saída do próprio labirinto
Se a verdade realmente existe, mostre-me
como chegou até ela
Se ela não existe, mostre-me como
chegou a essa conclusão
Mas se todos ao meu redor ouvissem o
meu chamado
Teríamos então uma esperança, no meio
de tudo que está errado
Eu não sou Deus, não sou um anjo ou
um serafim
Sou apenas um viajante, procurando
abrigo para o lobo uivante que há em mim
Eu não me canso, descanso, pois ainda
não é o fim
Sossegue o facho, eu não me acho,
apenas me encontro, isso sim
Todos dizem a verdade, só que não
conseguem não dizer a mentira
Todos ousam em falar bobagens, mas
não ousam sentir alegria
Muitos tem coragem, poucos não tem
medo
Muitos embarcam nessa viagem, porém,
poucos chegam a tempo
Ninguém é falso, ninguém é verdadeiro
O próprio tempo se encarrega de nos
fazer prisioneiros
Ninguém está errado, ninguém está
certo
Estão todos sobrevivendo, nessa selva
de concreto
Nada nessa vida é eterno, porém nada
é tão efêmero
Um amor pode até “morrer”, mas a
lembrança é um veneno
Logo, perceberás, o quanto o tempo
nos surpreende
Quando a brisa tocar seu rosto pela
última vez, lembrarás de um passado que já foi presente
E então, acordarás subitamente em
algum lugar
Caminharás por cima de teu destino
Abrirás os olhos e verás qual foi tua
sentença
Acordarás de um sonho, e sonharás com
a realidade”
-G F J 22/06/2014